sábado, 29 de setembro de 2012

Poder do Voto

Por Antonio Vital da Silva – Cel PM/R, em Setembro de 2012 (Texto adaptado).


Este é mais um ano eleitoral, (...) é a oportunidade de refletir-se e analisar-se o desempenho no mandato dos candidatos em quem se votou na última eleição municipal, assim os currículos – vida pública e particular, as propostas, o grau de confiabilidade para o exercício da missão postulada, e de comprometimento com a coisa pública e o bem-estar comum, daqueles que são pleiteantes iniciais ao cargo de prefeito ou vereador. Nas situações de reeleição, caso os candidatos sufragados no pleito anterior tenham correspondido às expectativas, demonstrado possuir estatura e idoneidade moral, trabalhado pelo bem comum e, de forma clara, transparente, útil, realizado o que prometeram nos palanques, é natural que se repita o voto e lhes dê apoio na renovação do encargo pleiteado. Caso não haja satisfação com as atuações despreze-os, escolha outros candidatos que julgue confiáveis e preparados e ajude a elegê-los. Mas fique atento à empulhação; às promessas vãs, enganosas, não condizentes com as prerrogativas delegadas; aos que se proclamam salvadores da pátria; aos que, noutras oportunidades em que receberam delegação de atribuições, não corresponderam, não se mostraram sérios, dignos, não tiveram lisura nem transparência no cumprimento dos encargos administrativos ou legislativos; não realizaram o que era reclamado, esperado e desejado pelo cidadão, não fizeram sequer o que prometeram durante a campanha; não demonstraram possuir reputação ilibada nem idoneidade moral, atributos necessários ao ente público, e se reapresentam como honrados e operosos gestores. Se eleitos seus preferidos, fiscalize-os na ação das incumbências que lhes foram delegadas e lhes cobre atuações coerentes, acordes com os compromissos assumidos, as carências do município e das comunidades que o integram. Não basta votar. É indispensável ficar alerta, vigilante, fiscalizar e cobrar dos eleitos o cumprimento das obrigações inerentes aos cargos que exercem como delegados do eleitor. (…) Não negocie ou troque o voto por favores ou benefícios pessoais ocasionais, passageiros, sem significação. Vote na qualidade, no programa, na confiabilidade, mesmo imaginária, do candidato ou dos candidatos. Vote em busca de serviços qualificados nas áreas de educação, segurança pública, saúde, saneamento básico..., cuja prestação é responsabilidade imediata dos gestores públicos, embora o seja, também, do cidadão, que tem a obrigação de cobrá-los. Vote pensando nos interesses coletivos, exercitando o sentimento de solidariedade, e os defenda após as eleições – isto não é utopia; é um sonho, mas sonho possível, defensável, realizável, cuja consecução passa pela crença, vontade, determinação e atuação cidadã; e é ou pode vir a ser, igualmente, aspiração comunitária. Utilize o voto como o instrumento de poder e mutação que ele é, ou pode ser, se o eleitor quiser que o seja. Torne-se a origem do poder e batalhe pela transformação de usos e costumes político-partidários e administrativos equivocados seja acompanhando, seja fiscalizando, seja cobrando ações, para que o exercício do poder delegado se torne realidade e o outorgado passe a atuar em nome e em atendimento aos desejos e interesses coletivos, sociais, gerais. No ato de concessão do voto – que simboliza a delegação de competência para o desempenho do poder –, e depois de concedê-lo, lembre-se de que quem o delega não o perde, e voltará a empregar igual prerrogativa noutros pleitos, sempre com critério, cuidado e qualidade. Texto escrito em fevereiro de 2000, publicado no Espaço do Leitor do jornal A TARDE. Revisado e adaptado.

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